sábado, 6 de novembro de 2010

Sem Lichamentos Coletivos! Que a Justiça Faça a sua Parte!

Novamente Mayara Petruso é notícia na internet e agora pelo fato do próprio pai ter disponibilizado os dados da menina na rede. É preciso ter cabeça fria nessas horas. Muitos, incluindo esse humilde professor, condenaram a atitude da menina e não sem razão. O problema não é esse. Temo pelo clima anti-Mayara que se instaurou em muitos lugares. Com os supostos dados pessoais dela na rede (supostos porque não sei se são verdadeiros e nem verificarei) uma onda de histeria se desencadeou. Gostaria de pedir calma a todos. Ódio não se combate com ódio.
Em primeiro lugar porque a OAB de Pernambuco processou a menina e certamente a sociedade aguarda que a jovem pague de forma justa e proporcional ao tamanho de seu delito - o de preconceito.
Em segundo lugar, como escrevi anteriormente, Mayara Petruso não é o mal em si, sendo um de muitos produtos de uma sociedade. O verdadeiro mal a ser combatido é o preconceito e ponto final. Se nossa sociedade se mobilizar por um mundo mais justo, livre de preconceitos e nosso sistema educacional for preparado com essa finalidade, no futuro não surgirão estudantes que aprendem o ódio para depois reproduzi-lo. Colhemos o que plantamos, não? A sociedade plantou ódio e colheu muitas Mayaras. Agora o que precisamos não é de um linchamento coletivo e sim orientar nossa juventude para que um dia a sociedade se mova em um caminho de união. E que a Justiça julgue a estudante.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bolivianos e a Xenofobia


O preconceito contra nordestinos aqui em São Paulo ficou muito evidente durante o processo eleitoral. Como se todo o Nordeste dependesse do Bolsa-família, como se ninguém do Sudeste dependesse do mesmo programa e como se o brasileiro fosse um preguiçoso por natureza. Quanto a esses mitos, gostaria de escrever a respeito também, já que estados como Pernambuco, por exemplo, crescem economicamente a olhos vistos muito mais que o estado de São Paulo. Porém debaterei a questão dos bolivianos. É visível sua presença na maior cidade do país.
Muitos bolivianos, assim como muitos de nossos antepassados de várias nacionalidades e etnias, chegaram ao Brasil para tentarem uma vida melhor. Não há comparação entre a capacidade produtiva brasileira e a boliviana, atraindo mão-de-obra para cá. Como maior centro financeiro do país, São Paulo atrai uma grande parte dessa mão-de-0bra. Segundo matéria publica pela Deutsche Welle, podem ter, somente na capital paulista, entre 100 e 200 mil imigrantes provenientes do país governado por Evo Morales. Apesar de ignorados por parte da população paulistana, são pessoas que utilizam o transporte público, hospitais e escolas. É nesse ponto que reside uma das principais fontes de xenofobia contra esses imigrantes.
Em matérias publicadas em veículos de comunicação no final de setembro, foi divulgado que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo recebeu denúncias a respeito de bullying praticado contra alunos de origem boliviana na Escola Estadual Padre Anchieta. Os imigrantes teriam que pagar uma "taxa" para que não fossem agredidos. Os relatos não param na escola, ocorrendo também em outras unidades de ensino e até mesmo relatos de agressão nas ruas. Assim como no caso de Mayara Petruso, não são atos isolados. Quem tiver curiosidade, digite "bolivianos" na opção de busca em "tópicos" no orkut. Aparecem pérolas como "Bolivianos no bairro... KKK" ou declarações exigindo a expulsão dos imigrantes dos mais diversos locais.
Paralelamente a todos esses fatos, durante a campanha eleitoral, o então candidato José Serra afirmou que 90% de toda a cocaína que vem para o Brasil teria origem na Bolívia. Analisando os números da ONU, apesar da queda de produção na Colômbia, o país ainda conta com a maior área de cultivo de coca com 68.000 hectares, sendo o maior fornecedor de países como os EUA. O Peru registrou um crescimento preocupante e é o segundo maior produtor na América do Sul com quase 60.000 hectares cultivados, tendo a Bolívia como terceira colocada com 30.900 hectares. Muito? Sem dúvida e é preocupante. Porém, nada indica que produz 90% da cocaína que chega ao Brasil como acusou o ex-governador de São Paulo que na verdade isentou os "amigos" Peru e Colômbia e acusou a "inimiga" Bolívia. Qual teria sido o efeito das declarações? Não é possível saber, porém, é certo que nada contribui com a união entre os povos brasileiro e boliviano.
Por que retomar o tema? Penso que após as declarações preconceituosas de Mayara Petruso fica evidente que há muito preconceito em nossa sociedade e todos os grupos étnicos, religiosos, sexuais, regionais considerados minoritários estão correndo riscos. Nosso país precisa ser efetivamente a terra da diversidade ou iniciaremos um caminho de ódio sem volta.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mayara Petruso e o Tea Party




Voltei! Depois de um tempo sem atualizar meu blog. O assunto não é dos mais agradáveis. A moda é falar de Mayara Petruso e não sem razão. Acredito que nem preciso reforçar as críticas à atitude deplorável de uma menina oriunda da classe média paulistana.
A questão é que não vejo a atitude de Mayara Petruso como um ato isolado. Tratando-se de um produto da atmosfera que se desenvolveu durante as eleições brasileiras. Serra, ao se ver em uma situação de total desespero, apelou para o que existe de mais conservador na sociedade. Opus Dei (já representada no PSDB), TFP, integralistas, monarquistas e grupos neonazistas se uniram para derrotar a candidata petista Dilma Rousseff. O apelo de setores da direita extremista teve tanto eco que levou a eleição para o segundo turno e deu ainda 44% dos votos válidos para a candidatura tucana.
A campanha eleitoral serviu como base para os sentimentos mais conservadores da classe média virem à tona, especialmente a paulistana. O ódio contra nordestinos é uma das faces desse processo.
Também não vejo o conservadorismo brasileiro com essa força como fato tipicamente tupiniquim. O "Tea Party" demonstrou crescimento nas eleições parlamentares nos EUA, na Europa observamos uma cruzada anti-islâmica. Por isso, julgar Mayara Petruso apenas como uma menina mimada e preconceituosa é ignorar um fenômeno que ocorre em escala global: o avanço da extrema direita que destila todo seu ódio contra lutas sociais, minorias étnicas, religiosas e outras. Temos que entender e combater esse movimento.

domingo, 29 de agosto de 2010

Eleições invisíveis.



Cadê as eleições?


Curioso como em pleno processo eleitoral, quando haverá a escolha de presidente da República, governadores, deputados federais e estaduais e senadores, a mídia parece não dar a mínima importância. As capas das revistas "Veja" e "Época" não trazem qualquer referência ao pleito e a da "IstoÉ" ressalta o desespero da campanha serrista apenas no canto superior da capa. O que teria acontecido com os veículos que repentinamente não noticiam o evento tão importante para o futuro do país? É para questionramos.
Nos dois maiores jornais diários do estado de São Paulo, o "Estadão" sinaliza uma briga interna de Palocci e Dirceu dando a entender que os petistas já se consideram eleitos e a "Folha" coloca em importância secundária o suposto patrimônio escondido de "Michel Temer", porém a manchete é a respeito de bons lugares para passeio. A que ponto chegou a despolitização.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ideologia

Alckmin insinua que não tem ideologia:
Opus Dei concorda?


Uma das questões que me incomodam bastante é o mote criado pela grande imprensa nos anos 90 a respeito do fim das ideologias. A euforia dos barões da mídia que também refletem a classe dominante no capitalismo se deveu a dois fatores concatenados: o fim da URSS e a aclamada vitória do capitalismo na Guerra Fria. A partir de então, foi decretada o fim da ideologia.
Existem muitos problemas nesse tipo de análise. O primeiro é utilizar o modelo de socialismo autoritário para generalizar qualquer forma de marxismo. Claro que quem parte desse pressuposto não leu as obras de Marx ou está com muita má vontade ou ainda os dois fatores somados que é o mais provável no caso de semanários como a revista "Veja", por exemplo. O marxismo é, acima de tudo, o maior questionamento feito ao sistema capitalista. Não vejo em uma única linha de Marx qualquer menção ou exaltação a sistemas totalitários, muito pelo contrário, o pensador alemão criticava qualquer forma de opressão, seja econômica, política ou social.
Em segundo lugar, é como se só a esquerda tivesse uma ideologia, tornando natural o sistema capitalista, o neoliberalismo, como se os genes humanos levariam a isso naturalmente. Essa é o verdadeiro objetivo dos barões da mídia proclamarem o fim das ideologias (de esquerda bem entendido), o triunfo do capitalismo como sistema "natural" e até a pérola de Fukuyama "O Fim da História".
O debate para governador na Bandeirantes foi bem ilustrativo nesse sentido. Quando questionado a respeito de saúde pelo candidato do PSOL Fábio Bufalo perguntou, o candidato Geraldo Alckmin respondeu que respeitava a ideologia de seu oponente, mas que o PSDB fez um bom trabalho nessa área. O mais interessante é entendermos como foi a utilização da palavra "ideologia". Quer dizer que a observação puramente cotidiana do candidato do PSOL foi deturpada por sua ideologia? E Alckmin não possui ideologia? É isso que o tucano tentou passar para o telespectador?
Outro exemplo foi dado pelo "brilhante" colunista Reinaldo Azevedo. Em um programa da GNT, falou a respeito da política (?) nacional e internacional. Claro, desceu a lenha no governo Lula. Na política internacional ressaltou as trapalhadas de Sílvio Berlusconi como sendo algo sem ideologia, não era de esquerda nem de direita. Ou seja, quando alguém de esquerda faz algo digno de crítica (segundo a Veja e afins), a ideologia atrapalhou, quando alguém da direita "apronta", não foi influenciado pela ideologia.
Nós da esquerda - sim porque a verdadeira esquerda se assume como tal - temos o dever de desmascarar a ideologia de direita que se traveste como algo "despolitizado" e natural no ser humano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Salve a Seleção!


Muito cedo para afirmar ainda se a jovem seleção de Mano Menezes será vitoriosa. O certo é que o início foi animador. Não coloco apenas a parte ofensiva da equipe, tão exaltada pelos comentaristas. Os meninos perderam muitas chances, que em uma partida contra um adversário mais qualificado poderiam ser fatais. O placar poderia ter sido muito mais elástico. Verdade seja dita, podemos atribuir a afobação na frente do gol como algo natural na estréia.
A parte que me supreendeu, por incrível que pareça, foi a defensiva. Mano Menezes armou a equipe com apenas três jogadores no meio-de-campo e três atacantes e mesmo assim, o setor intermediário foi todo ocupado pela sleção verde-amarela. Lição para os brucutus, a equipr marcou muito bem, ocupando espaços e sem precisar apelar para a violência. Ramires e Lucas anteciparam muitas jogadas e não precisaram usar o chamado "carrinho" e a zaga demonstrou segurança, a não ser em algumas jogadas típicas de time desentrosado.
Sobrou para o trio ofensivo mostrar velocidade e qualidade e o armador Ganso desfilar sua elegância. O menino parece que joga com traje de gala. Por falar em menino, Neymar foi além do que esse bloggeiro poderia imaginar e não sentiu a estréia na seleção.
Resumindo: estréia muito convincente. O cuidado é que devemos tomar é de não nos precipitarmos nas comemorações, pois foi apenas um amistoso. E se os EUA não são mas um time fácil de ser batido, também não é das melhores equipes do mundo. O técnico acertou ao declarar que ainda há muito a ser feito. De qualquer forma, o brasileiro voltou a sorrir com a seleção. Salve a seleção!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Que tédio!

Plínio se destacou em debate
sonolento. - foto retirada

Quando vi que o horário do debate coincidiria com o do jogo da Libertadores não fiquei muito satisfeito, pois minha vontade era a de ver os dois. Como cidadão consciente dos meus deveres optei por ver os postulantes ao cargo máximo do executivo nacional em seu primeiro ato televisionado na campanha eleitoral.
O início foi promissor. A Orquestra Bachiana do Sesi regida pelo maestro João Carlos Martins brindou a todos com uma versão da vinheta de abertura do debate. Mal sabia esse pobre eleitor que foi o ponto alto do evento. Não que eu esperasse um debate emocionante; na verdade já esperava uma argumentação baseada no marketing e não em idéias e números. Para ser sincero foi mais insosso que qualquer debate que já havia visto (e já vi muitos).
Uma das pérolas foi a pergunta de Serra para Dilma Rousseff a respeito da Apae. Na pergunta, o candidato tucano tentou provocar a petista dizendo que o governo largou a instituição sem citar qualquer dado concreto. Na resposta, Dilma afirmou que nenhum governo investiu tanto na Apae quanto o do Lula, sem citar números também. Na réplica e tréplica ambos repetiram o mesmo procedimento. Lembrei dos meus alunos da quinta série: "professor, ele não fez", "professor, fiz sim". Muito primário para os dois candidatos que devem realmente disputar a Presidência.
Os momentos de raro talento foram proporcionados por Plínio de Arruda Sampaio, solitário questionador do modelo vigente no país, sendo o único a argumentar com palavras próprias, sem auxílio de palavras elaboradas por marqueteiros. Até arriscou algumas piadas no meio do debate. Para o sério professor Plínio ter sido o autor das poucas falas espontâneas, é porque o debate foi um tremendo 0 X 0.
Quem ganhou o debate? Na minha opinião foi Plínio e, quanto aos demais, serão mais votados porque possuem mais recursos de campanha - no português correto, verbas. Não fosse minha consciência teria me arrependido amargamente de não ter visto São Paulo X Internacional. O debate valeu pela orquestra.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O "Instituto Serra de Combate às Drogas"

Uma notícia publica pelo jornal "Folha de S.Paulo" de 27/05/2010 aponta uma declaração do ex-governador José Serra no que diz respeito às drogas e sua procedência dada no programa "Se Liga, Brasil" da rádio Globo. Segundo o pré-candidato à presidência, a Bolívia fornece de 80% a 90% de toda a droga que chega no Brasil.
O primeiro problema da declaração é que, mesmo sendo verdade, não há qualquer prova ligando o tráfico de drogas ao governo boliviano. Uma acusação desse porte precisaria estar baseada em provas concretas ainda mais quando é dirigida às autoridades de uma nação. Como postulante ao cargo máximo da República, Serra demonstrou falta de habilidade. Podemos interpretar a agressão do ex-governador não só ao governo boliviano como ao brasileiro, pois ambos são "amigos" como teria afirmado ironicamente.
Por outro lado, segundo dados da UNODC de 2009, a Colômbia é o maior produtor da droga, mesmo apresentando redução. Ainda correspondia, no ano de 2008, a 81.000 hectares de cultivo da droga seguido pelos 56.000 de Peru e 30.500 da Bolívia. Por que as acusações não envolvem as demais nações sul-americanas? A conclusão óbvia é que sua vontade é a de acusar o presidente Evo Morales de contribuir com o tráfico, poupando Álvaro Uribe de orientação mais conservadora.
Saindo da América do Sul, um dado curioso é o de cultivo de ópio no Afeganistão. De um patamar muito pequeno de cultivo do ópio em 2001 houve um salto no anos seguintes que coincidiram com a ocupação dos EUA no país. Em 2008 a área cultivida chegou a mais de 150.000 hectares. Será que José Serra acusará o governo estadunidense de incentivar o plantio da droga?
Fonte: http://www.unodc.org/documents/wdr/WDR_2009/Executive_summary_LO-RES.pdf

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A cobertura esportiva da Rede Globo

Um dos eventos esportivos que mais gosto de acompanhar é a UEFA Champions League, não só pelo futebol em si, mas como tento entender como funciona a organização e o esquema profissional que envolve a liga milionária. A ESPN como uma emissora específica dá uma cobertura completa dos jogos e às quartas-feiras a Bandeirantes seleciona um jogo para fazer parte da programação. Foi por esses dois canais televisivos que me debruço sobre o confronto dos grandes clubes europeus.
Qual não foi minha surpresa, a final que acontecerá amanhã (22/5/2010) será transmitida pela Rede Globo de Televisão. Fico imaginando telespectadores que gostam de futebol e não têm o costume de zapear outros canais o que podem imaginar a respeito da competição européia: "como foram outros jogos?", "é um torneio de jogo único?", "os dois finalistas são os mais fortes mesmo?". Mistério!
Não é a primeira competição que a emissora reserva esse tratamento. As superligas de voleibol masculino e feminino - esporte em que o Brasil se destaca muito no cenário mundial - são resumidas a apenas um jogo final. Parece que com exceção dos timaços de Rio e Osasco, as outras equipes femininas simplesmente não existem. Quem acompanhou somente pela Globo não pôde ver Mari, Sheilla e Fofão realizando ótimo trabalho pelo São Caetano ou outras meninas de equipes pelo Brasil. O mesmo valendo para o masculino.
Esse descaso da principal emissora do país tem reflexos nos resultados brasileiros em competições internacionais. Não é possível para crianças e adolescentes espalhados pelo Brasil ter conhecimento das diversas modalidades esportivas se não são divulgadas. A questão da exibição de esportes pela televisão aberta ajudaria na popularização de muitas modalidades. Porém, o canal da família Marinho prefere adquirir os direitos de transmissão para não dar a importância que os vários torneios e campeonatos merecem.
Mais uma vez, ao demonstrar a (pseudo) cobertura de um evento desportivo, a Rede Globo demonstra sua falta de respeito com o público.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Irã e a dilpomacia brasileira

A diplomacia brasileira deu um passo muito grande em sua linha independente ao tomar a frente das negociações com o Irã. Independentemente da minha opinião a respeito do que acontece naquele país, todas as vias negociais devem ser esgotadas antes de se tomar uma atitude extrema.
Adotar sanções contra o governo de Mahmoud Ahmadinejad teria efeitos nos cerca de 70 milhões de iranianos que têm tanta culpa nesse imbróglio diplomático tanto quanto qualquer cidadão do mundo que procura seu sustento na luta do cotidiano. Quando as grandes potências encabeçadas pelos EUA pensam na punição ao país dos aiatolás não estão se colocando no lugar de todos esses seres humanos.
Também devemos considerar os efeitos dos novos termos que os potências querem impor ao país dos aiatolás; o presidente Ahmadinejad anunciou que poderia anular totalmente as condições do acordo com brasileiros e turcos, o que seria um retrocesso nas negociações. Fico me questionando se os estadunideneses e demais nações envolvidas querem realmente a paz ou mais uma desculpa para devastar e ocupar algum território.
O maior exemplo disso é o Iraque. Os EUA invadiram o país sob o pretexto de estar fabricando armas de destruição em massa. Até hoje nada foi provado. O resultado é a constante guerra que assola o palco que já foi a Mesopotâmia. Por que repetir os mesmos erros? Quais são os interesses do gigante do norte?
Ao Brasil cabe fazer o que fez: buscar uma saída diplomática. Finalmente fomos colocados em um conflito como protagonistas e sem nos curvarmos aos "grandões". Se os termos levantados pela diplomacia brasileira foram os melhores, apenas a História poderá julgar. Porém, a busca pela paz e pelo bem-estar da população mundial é sempre o caminho a ser trilhado.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Só para "cornetar"

Como um bom brasileiro reclamei barbaridade da escalação da seleção brasileira. Em primeiro lugar, Dunga não escalou Ganso e Neymar por não querer preparar um time para 2014. Acabou escalando jogadores de 2002 e que há muito tempo não mostram serviço a ponto de merecerem disputar a Copa representando a seleção mais vencedora do mundo. Casos de Kleberson, Gilberto e Gilberto Silva. Kleberson não se firma no Flamengo e até agora não mostra o motivo de sua escalação. Gilberto não está fazendo feio no Cruzeiro mas outros laterais esquerdos mostram um desempenho melhor como Marcelo do Real Madri. Gilberto Silva está no Panathinaikos e já algum tempo não figura como jogador de grande destaque; há algumas temporadas perdeu lugar no Arsenal para Flamini, que por sua vez foi negociado com o Milan, tendo em Denílson um substituto de grande qualidade.
Há um outro fator como o de joagdor fora de posição. Michel Bastos joga como meia-direita no Lyon e foi escalado como lateral-esquerdo. O meio-de-campo apresenta poucas opções de transição para o ataque, ficando muito dependente da velocidade de Kaká. Como goleiro, Doni é muito controverso, uma vez que é reserva de Julio Sérgio no Roma.
Nem tudo é desastre na escalação. Temos defensores muito sólidos e um ótimo goleiro - Júlio César. Os atacantes, apesar das ressalvas que muitos fizeram ao Grafite, possuem muita qualidade. É um time que pode chegar ao título mesmo com as ressalvas feitas.
Lembro muito da Copa de 94. A seleção foi duramente criticada pelo futebol feio e pragmático. No final trouxe o título. Outras seleções como a de 82 deu espetáculo, agradou e era tida como a melhor desde 70 e tombou frente a "Squadra Azzurra". O que me consola é que as Copas do Mundo contrariam a lógica do torcedor e premiam um futebol que nem sempre é o mais vistoso. Agora só no resta torcer.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Em quem votar ou como votar?

Dois projetos levam o favoritismo nas eleições presidenciais. Um tendo à frente a candidata Dilma Rousseff do PT e outro representado por José Serra do PSDB. Um eleitor mais atento e procurando informções pode (e deve) perguntar a respeito das outras candidaturas. A mídia ainda menciona Marina Silva do PV com bem menos destaque que os outros dois. Certamente não serão apenas os três; pelo menos o PSOL lançará seu candidato e provavelmante será Plínio de Arruda Sampaio, além de outros partidos.
Com essa gama de projetos, o eleitor se pergunta em quem votar. Tal pensamento tem seus perigos, uma vez que faz com que a pessoa vote por simpatia pessoal. Quando votamos, depositamos aprovamos todo um projeto e não apenas o candidato. Ao iniciar a campanha eleitoral, o brasileiro tem que ter consciência a respeito do país que quer. Isso envolve as mais diferentes esferas abarcadas pelo poder público: saúde, educação, transportes, meio-ambiente, programas sociais, índices econômicos e tantos outros temas. Tendo em mente todos esses assuntos, o passo seguinte é comparar os projetos e ver qual deles se enquadra em seu pensamento. Também é fundamental, em caso de pessoas que já ocuparam cargos em governos, ver como foi sua atuação.
Mais do que a eleição em si, um debate qualitativo é o que garante o florescimento da democracia. Chega de debates sem qualquer fundamento que proliferam nos meios de comunicação! Somente o voto embasado e a participação popular podem tornar o Brasil o país que todos queremos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Neymar para presidente!

Faltando meses para as eleições, as atenções dos brasileiros estão voltadas mesmo para a Copa do Mundo. Em uma pesquisa feita pela Datafolha entre os dias 15 e 16 de abril, foi detectado que 42% dos brasileiros possuem grande interesse pelo evento esportivo contra 36% com grandes atenções para o pleito que definirá o sucessor do presidente Lula.
Partindo desse pressuposto faço críticas ao tratamento dado pelos meios de comunicação às pesquisas. No momento é impossível prever qualquer resultado, visto que poucos brasileiros realmente decidiram em quem votarão. O cenário aponta por uma polarização entre os candidatos do governo Dilma Rousseff e da oposição José Serra, ainda mais com a saída de Ciro Gomes. Porém, não arriscaria qualquer previsão no momento. Tudo dependerá das estratégias dos dois candidatos e suas equipes.
Voltando às pesquisas, nas espontâneas, o presidente Lula ainda aparece citado por parte do eleitorado, mesmo sem ter qualquer condição de ser candidato. Nesse mesmo contexto, os dois principais candidatos não somam 30%. Datafolha (polêmica) de 17 de abril aponta Dilma na frente com 13% contra 12% de Serra. Ibope de 13 a 18 de abril o líder é... Lula com 16 %, enquanto Dilma e Serra aparecem respectivamente com 15% e 14%.
Portanto, os dois principais candidatos ainda não tocaram o grande público. A Copa do Mundo está liderando na batalha de corações e mentes e a maior reivindicação do povo no momento é Neymar e Ganso na seleção. Se a eleição fosse hoje, uma chapa formada pelos jovens talentos santistas ganharia em primeiro turno.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Santos sempre Santos?

Para começar meu blog gostaria de debater sobre um assunto polêmico: futebol. Calma, santistas! Antes de me apedrejarem já me identifico como torcedor do time de Vila Belmiro. Meu questionamento não é apenas em relação ao Santos; é a respeito de toda a estrutura do futebol brasileiro. Após a conquista do Paulistão será que os "Menino da Vila" se manterão ou já estão preparando o passaporte com destino à Europa? O mesmo vale para qualquer equipe brasileira que tenha atletas de qualidade.
A janela européia tem sido o terror das torcidas brasileiras. Os clubes do velho continente costumam arrebatar talentos de nossos gramados sem qualquer resistência. Não gostaria de chamar os atletas de mercenários, afinal qualquer ser humano que recebe uma proposta melhor, acaba trocando seu local de trabalho. Então, como poderíamos reverter tal situação, já que nossos clubes não têm como competir financeiramente com o poderio de um Chelsea ou de um Real Madrid?
Em muitos casos é um excesso de romantismo pensar em segurar jogadores como Kaká quando foi para o Milan. Por outro lado, será que o Brasil é tão mais desinteressante que clubes da Turquia e Ucrânia?
Da forma como está estruturada nossa Liga a resposta é sim. Os clubes se tornaram verdadeiras "fazendas coletoras" de jogadores e exportam suas respectivas "commodities". No exterior, a matéria-prima é trabalhada e "industrializada". Como? Em forma de venda de transmissão e produtos para o mundo inteiro. No ano passado, andando por bancas na Avenida Paulista, deparei com "cards" da Liga dos Campeões. Se nossa liga fosse mais forte e interessante poderíamos vender "cards" do Brasileirão. Por que não? Assim como direito de transmissão de nosso campeonato para o mundo inteiro. Fica uma reflexão: será que o futebol não é o resultado de relações presentes na sociedade brasileira como um toso?