quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mayara Petruso e o Tea Party




Voltei! Depois de um tempo sem atualizar meu blog. O assunto não é dos mais agradáveis. A moda é falar de Mayara Petruso e não sem razão. Acredito que nem preciso reforçar as críticas à atitude deplorável de uma menina oriunda da classe média paulistana.
A questão é que não vejo a atitude de Mayara Petruso como um ato isolado. Tratando-se de um produto da atmosfera que se desenvolveu durante as eleições brasileiras. Serra, ao se ver em uma situação de total desespero, apelou para o que existe de mais conservador na sociedade. Opus Dei (já representada no PSDB), TFP, integralistas, monarquistas e grupos neonazistas se uniram para derrotar a candidata petista Dilma Rousseff. O apelo de setores da direita extremista teve tanto eco que levou a eleição para o segundo turno e deu ainda 44% dos votos válidos para a candidatura tucana.
A campanha eleitoral serviu como base para os sentimentos mais conservadores da classe média virem à tona, especialmente a paulistana. O ódio contra nordestinos é uma das faces desse processo.
Também não vejo o conservadorismo brasileiro com essa força como fato tipicamente tupiniquim. O "Tea Party" demonstrou crescimento nas eleições parlamentares nos EUA, na Europa observamos uma cruzada anti-islâmica. Por isso, julgar Mayara Petruso apenas como uma menina mimada e preconceituosa é ignorar um fenômeno que ocorre em escala global: o avanço da extrema direita que destila todo seu ódio contra lutas sociais, minorias étnicas, religiosas e outras. Temos que entender e combater esse movimento.

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