sábado, 7 de abril de 2012

A Ditadura e as ditaduras


No último primeiro de abril participei de uma manifestação contrária ao golpe de 1964 em contraposição a setores que ainda o comemoram. Minhas impressões foram positivas no sentido de ter percebido mais participação de entidades de movimentos sociais não necessariamente ligados a partidos políticos. Não tenho a posição contrária a sua participação. Ao contrário, faz parte do jogo democrático e a experiência de seus quadros enriquecem os debates. Mas o que ficou evidente mesmo foi a mobilização de setores "invisíveis" tanto para a grande mídia quanto para grupos tidos como progressistas. Sarau organizado por movimentos da zona sul, poemas lidos por integrantes de movimentos de consciência negra e outros personagens ganharam vida.
A presença de movimentos sociais ligados e condizentes com a realidade da maioria da população demonstra o desgaste do modelo político-partidário e tentar lidar com os mesmos. Por outro lado significa também que há mobilização em setores até então silenciosos. O desgaste da democracia liberal partidária resulta em uma dicotomia. Por um lado, setores que lutam por mais participação da sociedade podem ganhar força iniciando um modelo mais justo e participativo; por outro lado existem aqueles que usam a crise dos partidos e da democracia liberal como argumento para a existência de um modelo cada vez mais autoritário. É por isso que agora a participação de todos é muito importante. Os modelos ditatoriais ainda são presentes mesmo após o fim do período militar. A mídia concentrada na mão de poucas famílias, a higienização afastando os mais pobres do centro são alguns indícios desse autoritarismo.

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