quarta-feira, 3 de abril de 2013

A Marcha da Insensatez

                               Espero que essa não seja a imagem do futuro


Lembro de várias previsões apocalípticas na década de 1980. Era garoto mas já entendia a mensagem da guerra fria. Já ouvia nas rodas dos adultos sobre a possibilidade de um aprtar de botão que poderia explodir o mundo inteiro. Os filmes acusavam o momento - Mad Max era um dos grandes símbolos do momento histórico.
Os anos de 1990 trouxeram uma novidade: a dissolução da União Soviética e o fim da guerra fria. O anúncio dos EUA como a única superpotência do planeta ecoava por todos os veículos de comunicação. Ainda era muito novinho mas não tão criança. Já acompanhava um pouco de notícia e sabia, ainda que superficialmente, o que estava acontecendo. Foi o início do chamado neoliberalismo. O capitalismo adentrava os antigos países socialistas. Até mesmo a China governada por um partido Comunista na verdade é o país que mais cresce no mundo como economia de mercado.
Era cômico quando lia notícias nas primeiras páginas de internet a respeito de previsões apocalípticas. Isso era a virada do século XX para o XXI. Nada no mundo indicava um conflito de enormes proporções como era alardeado durante as décadas da guerra fria. Alguns teóricos liberais celebravam o "Fim da História".
Atualmente não acho a brincadeira engraçada. Existem algumas situações no mundo que podem causar um conflito maior. Embora não acredite ser provável uma terceira guerra mundial envolvendo as grandes potências, também não é totalmente impossível. Entre as situações críticas temos:
1) A crise da Coréia do Norte e do Sul. O papel dos EUA está bem claro nessa questão. O problema é o que a China e a Rússia decidirão. Por enquanto pedem cautela ao ditador norte-coreano, mas em um conflito deflagrado entre Coréia do norte e do Sul com apoio dos EUA, não sabemos como os dois países se posicionarão. Embora claramente contrários a uma participação efetiva, cabe lembrar que ambos possuem uma discordância quanto a instalação da barreira anti-míisil dos estadunidenses. A crise está servindo como um bom mote para a superpotência colocar mais aparatos bélicos na região.
2) Irã e Israel. Esse é um ponto que está colocado de lado no momento pelos meios de comunicação mas as provocações de ambos os lados continuam. Israel tenta convencer o gabinete de Barack Obama a atacar o Irã. Por sua vez, a república dos aiatolás não parece ser flexível a negociações quanto a seu programa nuclear. Lembrando que a situação no Irã é mais delicada do que parece já que os iranianos tem a China como maior compradora de seu petróleo, além de acordos energéticos e militares com a Rússia.
3) Disputas pelas ilhas no Pacífico. O Japão, aliado dos EUA, tem pendências territoriais no Pacífico com Rússia e China.
4) Disputa por áreas de influência na África. o Irã anunciou instalação de base militar no Sudão do Sul por esse ter sido bombardeado por aviões israelenses. A alegação é que o país africano teria treinado terroristas que atacariam os israelenses.
Torço para que todas essas pendências sejam resolvidas sem um conflito armado porque quem paga é justamente quem não cria a confusão: o povo.

sábado, 12 de janeiro de 2013

O clássico dos clássicos e a monocultura do futebol

Rio de Janeiro X Osasco na final da superliga feminina de voleibol 2011/12


Amigos de todos os cantos, partes e credos, estou de volta. E gostaria de comentar o maior clássico desportivo brasileiro no momento e a respeito de tudo o que envolve. Há quem pense Corinthians X Flamengo. Não. Rio de Janeiro X Osasco no voleibol feminino.
Por que seria o maior clássico? O simples fato de terem decidido praticamente todas as superligas na última década já qualifica como tal. Um outro ingrediente torna esse confronto mais interessante: o título mundial do Osasco. Ao contrário do Corinthians - por favor, sem desmerecer o feito dos comandados do Tite que merece todo o meu respeito - venceu duas vezes o poderoso Rabita Baku, não o questionável Chelsea. E a final foi por acachapantes 3 X 0. Visto que os confrontos contra as rivais cariocas são quase sempre 3 X 2 para algum lado ouso dizer, é o maior clássico do voleibol feminino mundial. Além é claro das duas equipes serem base da seleção campeã olímpica. no caso do Rio ainda reforçadas por duas estrangeiras de primeiro nível: Logan Tom dos EUA e Sarah Pavan, canadense que na última temporada foi a considerada a melhor atacante das finais do campeonato europeu de clubes.
Ontem foi mais um desses confrontos épicos. No primeiro set a equipe de Osasco parecia levar o confronto na moleza. A tática de saque era perfeita e o fundo de quadra funcionando de forma sensacional. Eis que no segundo set, quando abria vantagem, a jovem Gabi deu mais consistência defensiva ao Rio e foi decisiva na virada do time carioca. Quando tudo parecia definido mais uma reviravolta e e o quarto set foi do Osasco. O quinto set apresentou um Rio de Janeiro mais consciente o que acarretou a vitória das comandadas de Bernardinho.
Algumas reflexões cabem a partir disso. Para qualquer apreciador do esporte, ao ler as informações acima, diria que é jogo a ser transmitido em horário nobre e televisão aberta despertando interesse em todos os estrangeiros que gostam de voleibol. A superliga de voleibol tanto masculina quanto feminina raramente tem seus jogos televisionados pelos canais abertos ficando apenas na TV por assinatura. Fico admirado como qualquer jogo de estadual de futebol mereça mais atenção que grandes clássicos de qualquer outro esporte, incluindo o voleibol. Algo no mínimo estranho se pensarmos que esse é disparado o esporte que mais trouxe resultados positivos para o Brasil no últimos 20 anos. Além disso, possui muito mais atletas de ponta jogando a liga nacional que se comparado ao futebol. Enquanto a (discutível) seleção brasileira de futebol tem a maioria de seus jogadores atuando em ligas estrangeiras, a base das fortíssimas seleções masculina e feminina de voleibol atuam em território tupiniquim.
É necessária mais atenção com o voleibol sob pena de acontecer o que aconteceu com o basquete nacional - de país campeão mundial passamos a ter grandes dificuldades de classificação nas olimpíadas tanto no masculino quanto no feminino. Se houvesse mais cuidado midiático quem sabe haveria mais popularização do voleibol, reconhecimento e identificação com os times e expansão fora do eixo Sul-Sudeste. E quem sabe ainda o exemplo do voleibol não se espalhasse para outros esportes igualmente fantásticos.
Nada contra o futebol, mas está mais do que na hora de acabarmos com sua monocultura.

sábado, 21 de abril de 2012

Novak Djokovic

 

Desistências, contusões e derrotas inexplicáveis renderam ao número um do tênis mundial críticas das mais variadas. Diziam que possuía talento mas "amaraleva" em alguns jogos. Já ouvi também a respeito de sua falta de planejamento e preparação ao entrar em determinados torneios motivando sua queda perante jogadores que não deveriam dar problemas a Djokovic.
Em 2011 foi revelado ao mundo que o sérvio possuía intolerância a glúten e estaria seguindo dieta especial. Coincidência ou não o fato conhecido é que Djokovic simplesmente atropelou seus rivais - basta lembrar que ninguém menos que Rafael Nadal se tornou seu "freguês". Atualmente o garoto crescido entre os escombros da guerra civil na ex-Iugoslávia e treinado em seus primeiros anos em quadras públicas de seu país é o nome a ser batido.
Uma lição de vida a todos. Após muitas críticas por causa de sua suposta irregularidade, Novak Djokovic descobriu a intolerância ao gluten e passou a ser o grande campeão da atualidade. Julgamentos são muito perigosos, especialmente se desconhecermos completamente a realidade do julgado.